terça-feira, 19 de maio de 2015

Ser engraçada, cair em graça ou engraçar

Sem dúvida, engraçar. Tenho um fraquinho pela expressão engraçar. Engraçar é assim gostar como se sentíssemos uma espécie de mini cócegas em sítios do nosso corpo que não conseguimos bem identificar. Se conseguíssemos, diria que é à volta do umbigo. Engraçar é quando estamos com um sorriso preso nos lábios e nem damos conta de que ele está lá. Às vezes nem o espelho o vê. E se o espelho é espertalhão! Engraçar também pode ser o entusiasmo aos pulos de contente, mas sem grande alarido. Do género, 'ah e tal vou ser discreto e comedido, como se estivesse a saltar em cima de um trampolim ao mesmo tempo que tento comer algodão doce sem me lambuzar todo (isto é o entusiasmo a pensar, claro). Engraçar é, por exemplo, ter um fraquinho por pessoas que nos abanam ao de leve até fazerem com que a felicidade entre todos os dias um bocadinho mais. Se não perceberam bem esta parte do abanar, é imaginar mil formigas a soprarem todas ao mesmo tempo na nossa direcção. Isto abana-nos ao de leve, de certeza absoluta. Engraçar também é saber perceber a graça, mesmo quando ela vem disfarçada de qualquer coisa, especialmente de entrelinha. Graças que adoram disfarçar-se de entrelinhas são engraçadas. Engraçar é tão bom.

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