quarta-feira, 30 de novembro de 2016

w*o*r*d*s


quarta-feira, 16 de novembro de 2016

E a moral da história?

Aquele reino ficava mesmo no cimo de uma montanha gigante, a tocar no céu. Apesar da montanha ser assim gigante, o reino era o mais pequenino do mundo inteiro. Ali todas as pessoas viviam quase felizes, todos os dias. Só não eram totalmente felizes, porque ainda ninguém tinha conseguido ajudar a princesa do reino a concretizar o sonho dela. Sim, a princesa tinha um sonho. De manhã, da janela do quarto, que ficava mesmo encostada a uma nuvem no céu, a princesa via um animal a brincar lá em baixo, na floresta que existia no fundo da montanha, um sítio onde nenhum dos habitantes do reino tinha estado, porque era impossível descer até lá. O animal que a princesa via era diferente de todos os que existiam no reino. Era assim como um cavalo, mas tinha um corno na cabeça e no corpo tinha todas as sete cores do arco íris, vermelho, amarelo, verde, laranja, azul claro, azul um bocadinho mais escuro e violeta. Tinham dito à princesa que aquele era um animal mágico. Chamavam-lhe unicórnio. E todos os dias a princesa pensava numa forma de o unicórnio conseguir subir a montanha, para se juntar aos animais do pequeno reino e nunca mais ter de brincar sozinho lá em baixo. Era uma preocupação que ela tinha desde sempre. Certo dia, os habitantes do reino juntaram-se todos e decidiram que no próximo aniversário da princesa, iam entregar-lhe o unicórnio de presente. Então, a partir desse momento, todas as pessoas decidiram que essa seria a tarefa mais importante da vida delas.
Um dos habitantes, que era o mais forte de todos e aquele que tinha as melhores ideias, sugeriu apanharem o maior número de estrelas do céu e com elas fazer umas escadas que chegassem até ao fundo da montanha. O problema era conseguir apanhar as estrelas do céu. Porque toda a gente sabe que as estrelas são muito difíceis de se deixar apanhar. São demasiado cintilantes e ninguém consegue olhar para elas de frente. No meio de grande confusão, com todos os habitantes reunidos, alguém pôs um dedo no ar e disse: eu já sei! Durante o dia, quando todas as estrelas estão ainda a dormir, saltamos para cima de uma nuvem e apanhamo-las com muito cuidado. E assim foi, todos os dias, quando todas as estrelas estavam ainda a dormir, e com a princesa do reino distraída a passear pelos jardins do palácio, os habitantes do reino lá iam subindo às nuvens para apanharem o maior número de estrelas possível e com elas fazer umas escadas. Estava quase a chegar o dia de aniversário da princesa, quando alguém disse: Então, mas esperem lá… agora como vamos fazer a tal escada com as estrelas? É que elas, além de cintilantes, são um bocadinho teimosas e muito livres… O mesmo habitante que tinha dado a ideia de apanhar estrelas, voltou a pôr o dedo no ar e disse: oh, dizemos que vamos fazer a melhor surpresa do mundo à nossa princesa e podemos convencê-las a dar as mãos, todas elas, até chegarem lá abaixo. Isso mesmo, é a melhor ideia, disseram todos os outros habitantes ao mesmo tempo. Fizeram tanto alarido que até a princesa veio à janela perguntar o que se passava. Por sorte, conseguiram disfarçar e ela não desconfiou mesmo de nada. Na noite que era a véspera do aniversário da princesa, com as estrelas já todas convencidas e entusiasmadas com a ideia e com uma luz que não ferisse os olhos dos habitantes do reino, a magia aconteceu. Todas deram as mãos, muito apertadas, até fazerem uma enorme corrente tipo umas escadas, que chegaram até ao fundo a montanha. A primeira estrela a tocar o solo, tinha a missão de chamar o unicórnio. E ela chamou. E ele veio, muito contente. Naquele ano, o dia de aniversário da princesa, foi o mais feliz de sempre no reino. Porque a princesa fez o sorriso mais bonito e porque o unicórnio nunca mais teve de brincar sozinho.