segunda-feira, 9 de abril de 2018

Cor(agem)

Aceleras o passo,
para largar aquele passado,
pesado, acabado.
Queres à força, fazes um esforço,
avistas a esquina, queres alcançá-la,
dobrá-la.
O teu depois está ali, logo ali,
(in)visível.
Cor. Tem cor o teu futuro.
Tu, tem cor(agem).
E se eles não agem, age tu.
Faz tu, diz tu, sê tu.
Vá, tira a roupa.
Atira-te, já.


domingo, 8 de abril de 2018

Champanhe caro

Despertar do sonho,
pegar na caneta da sorte,
sentir as palavras borbulharem,
como champanhe caro.
Escrever tudo de seguida,
sem perder o norte,
soprar-lhes oxigénio,
trazê-las à vida depois da morte.

A palavra é ilusória,
a palavra é peremptória,
a palavra é difamatória,
a palavra faz história.

Despertar da sorte,
pegar na caneta do sonho,
sentir as palavras como champanhe,
a borbulharem, caras.
Escrever tudo sem norte,
de seguida, as palavras,
soprá-las da morte,
dar-lhes oxigénio,
trazê-las à vida.
As palavras.

sábado, 7 de abril de 2018

Price(less)

Escrevia bem que doía,
palavras cheias de poesia,
inspirado nas miúdas, dizia,
fazia acontecer a magia,
era só querer, e ele queria.
Sempre todo cheio de glam,
passava na rua, os corações bam,
este rapaz, meu deus, god damn.
Era um maker, não tinha um hater.
Nem um.
E um dia ela quis conquistá-lo,
hey, tu aí, olha lá para mim,
e ele lançou aquele olhar,
a fugir meio de esgar,
como quem se está a marimbar.
E ela vira-se para ele,
tu és todo glitter, és brilhante,
não sejas aquele boy secante,
que não tem tempo a perder.
Não queiras ter aquela fame,
everybody knows your name.
Tu sabes fazer acontecer,
tudo o que tocas é viral,
quero dar-te aquele aval,
mas ya, não queres 'tasse bem,
não faz mal.
E não é que ele foi atrás dela?

quinta-feira, 5 de abril de 2018

Palavras que sabem dançar

Há pessoas que brincam com as palavras como se fossem plasticina. Parece que são donas de uma caixa com uma paleta infinita. Abrem-na com aquele sorriso de criança grande, arrancam um pedaço de uma cor assim à sorte e apertam-no entre os dedos e rebolam-no entre as palmas das duas mãos e dão-lhe diferentes formas. Depois juntam-lhe mais um pedaço de outra cor e misturam-no e entusiasmam-se porque já estão mesmo a imaginar que aquilo vai acontecer repetidamente, até criarem uma coisa assim super bonita para a qual todos vão olhar com olhos bem abertos de espanto. E há pessoas que brincam com as palavras como se fossem plasticina e ainda as põem a dançar. Nesta brincadeira de arrancar pedaços, rebolá-los entre as palmas das duas mãos, apertá-los entre os dedos e dar-lhes diferentes formas, tornam as palavras mágicas porque fazem com que dancem sozinhas ao som da música. Podem não acreditar, mas conheci uma pessoa que brinca com as palavras como se fossem plasticina. E sabe pô-las a dançar ao som da música e tudo.