Que dia de cão!

Quando deram de caras com a nova campanha da PETA, que pretende promover a adopção de cães, os criadores britânicos ficaram todos muito ofendidos. Disseram asneiras, esbracejaram e foram logo a correr fazer queixinhas aos senhores que têm poder para censurar estas coisas, que se estiveram borrifando para a questão. Dos ditos cães de raça, que esses, sim, estão no direito de manifestarem a sua indignação, ainda não se ouviu nem ão nem caim. Como é óbvio, entendem a piada. Tal como eu.

É tão mau, não foi?

E termina assim a minha semana. Segunda-feira hei-de voltar a dizer é tão bom, não foi?

(E afinal a hora não vai atrasar, vai adiantar. Sempre que me meto a fazer contas e a brincar com os números a coisa dá para o torto. Nunca mais aprendo!)

Sou uma mulher antecipada

Este ano não quero ser apanhada de surpresa, como é hábito, e vou acertar os relógios todos na sexta-feira. Quer isto dizer que de sexta para sábado, ganho logo uma hora de sono. Depois, no sábado, fico na boa com aquela mesa do canto na esplanada, que tem a melhor vista de todas. Isto para não falar na minha cara de gozo quando alguém perguntar tem horas que me diga, se faz favor, e eu poder fazer com que a vida dessa pessoa ande uma hora para trás. Só falta pensar como vou lembrar-me de acertar a hora dos relógios na sexta-feira...

It's Spring time...

... and I Feel Just Like a Child.

Adeus, Simone

Vejo isto e só me apetece meter a mão na massa, partir ovos com aquela precisão toda, fazer bolos assim em forma de flor e de coração, com aquelas coisas muito coloridas em cima, encher dezenas  de balões, decorar a casa, chamar os amigos para um concurso de dança, com direito a máquina de fumos no meio da sala, e depois... Depois, olha, seja o que Deus quiser, eu com a telha que estou hoje o melhor é deixar-me levar.

Porque a prima merece!

Já tenho tudo planeado: amanhã apanho as flores, sábado dedico-me à costura e domingo vou assim, colorida e cheirosa, receber a minha prima Vera. Aposto que ela vai gostar tanto de me (re)ver a mim como eu a ela. Até já estou a prever os comentários que vai fazer ao meu vestido novo...

Apanhem lá com os apitos

Ela: Achas que ela apanhou com os apitos?
Eu: Ela o quê?
Ela: Apanhou com os apitos.
Eu: Que é isso?
Ela: Fogo, não sabes o que é apanhar com os apitos?
Eu: Sei lá...
Ela: Acho incrível... Apanhar com os apitos, pá!
Eu: Nunca na vida ouvi tal coisa...
Ela: Apanhar com os apitos... se achas que ela topou?
Eu: Apanhar com os apitos significa topar?
Ela: Sim!
Eu: Pronto, eu é que não apanhei com os apitos.

Esta coisa dos tiques

Há quem pisque os olhos ou franza o nariz ou dê um pulinho a cada dois passos ou encolha um ombro. Eu até hoje só tinha dado conta de um tique meu: pegar numa madeixa de cabelo e, com o dedo indicador, desatar a enrolá-la, coisa que só me acontece quando, por qualquer razão deste mundo, me sinto em frenicoques. Agora estava aqui a fazer umas coisas e, oh man, até fiquei mais ou menos assustada quando dei por mim a afagar o rato e pensei que podia ter ganho outro tique. Depois é que percebi. Como o rato do computador lá do trabalho tem uma rodinha no meio, que facilita muito, lá isso facilita, eu ganhei assim uma espécie de tique e continuo a agir como se este também tivesse a rodinha. Pronto, eu sei que isto não tem interesse nenhum, mas apeteceu-me dizer.

Para ler, coloque os óculos que lhe entregaram à entrada. Obrigada!

Cuidado ao comprar pêras

Estava ali a trincar uma pêra, de costas viradas para o lava-louça, encostada na bancada, quando me pus a imaginar quantas palavras são precisas para formar um pensamento. Será que duas palavras é o suficiente? Não deve ser. Um pensamento é uma coisa mesmo muito importante, portanto isso há-de querer dizer que no mínimo são precisas três ou mais palavras para ele existir. Isto tudo porque estava a pensar em muitas coisas ao mesmo tempo, e às tantas aquilo já era um emaranhado de palavras misturadas, de uns pensamentos com outros, e eu perdi o fio à meada do pensamento.

Faceblog

ZigueZague está meio nhonhó e decidiu que o melhor é ir fazer ó-ó.

(este post é dedicado a todas as pessoas que usam o Facebook na terceira pessoa)

A melhor ideia que um borboto pode ter

Ontem quando me deitei, apesar de passar da hora da Cinderela, não consegui pregar olho logo à primeira. Fiz um esforço e, nada, nem à segunda nem à terceira. Lembrei-me então que talvez pudesse resultar contar-me uma história. Mas que história? Ah, já sei! A história do borboto solitário (possivelmente isto passou-me pela cabeça porque, mesmo antes de ir para a cama, resolvi tirar logo do armário a roupa para vestir hoje, já a pensar que ia acordar fora de horas e não queria perder tempo a decidir o que vestir, e reparei que a camisola que escolhi tinha um conjunto de borbotos e eu, já se sabe, detesto borbotos). O borboto solitário vivia desolado naquela camisola verde, sem saber muito bem como tinha ido ali parar, especialmente a uma camisola verde, detestando ele aquela cor. Antes havia estado numa camisola amarela, onde tinha vivido feliz, talvez porque o amarelo é a sua cor favorita. Sem ter ninguém com quem trocar uma palavra, o borboto solitário pensava e pensava e voltava a pensar na forma de conseguir trazer para junto de si uma borbota, de preferência uma borbota assim toda cheia de curvas, que lhe despertasse de imediato o desejo da sedução. Sim, ele bem sabia que, em aparecendo a tal borbota, ia conseguir deixá-la a suspirar pelos cantos enquanto o diabo esfrega um olho e logo se envolveriam e logo nasceriam pequenos borbotozinhos. E foi assim que o borboto... zzzz... teve a melhor... zzzz... ideia de... zzzz.... to...da a sua vi... zzzzzda... zzzzzzz.

Chamem-me exagerada, vá!

Dois dias seguidos a ver o sol ali (apontando com o dedo para o céu), nem sei bem porquê, dá-me logo vontade de saltar assim no pescoço das pessoas, com aquele pormenor do pé esquerdo levantado, e deixá-las sem reacção, nem palavras.

Spoka time

Hoje comprei uma coisa destas no Ikea. Chama-se Spoka, embora também lhe chamem luz de presença, e é um boneco que brilha no escuro. Escusado será dizer que o Spoka foi engendrado para pessoas que não gostam de dormir na completa escuridão. Só não entendo por que raio põem estas coisas na secção de crianças...

Até amanhã

Chegar ao lar,
despir as calças ainda a praguejar,
ligar o aquecedor,
pô-las a secar,
trocar palavras sobre muitas coisas,
e galos-despertador,
e dizer um número da sorte,
e sorrir,
e rir,
e despedir,
ter um vaipe e pegar no aspirador,
aspirar,
limpar,
pensar no jantar,
ouvir o telemóvel tocar,
dizer não ao convite para jantar,
ouvir insistir,
dizer não outra vez porque as calças estão ainda a secar,
e sair com outras dá azar,
prometer que sim,
que outro dia será,
e combinar,
depois cozinhar,
acender um incenso de alecrim,
ligar a TV,
jantar,
abrir a janela,
fumar,
pensar que merda de tempo,
escrever e parar,
acender o incenso que voltou a apagar,
pôr esta música a tocar,
cantar,
showered and blue-blazered,
fill yourself with quarters,
showered and blue-blazered,
fill yourself with quarters,
dançar.

Daqui a pouco vou ler, apago a luz e durmo com a casa a cheirar a alecrim.

Querido S. Pedro, eu prometo!

Prometo que vou ser a melhor menina do mundo se fizeres com que pare de chover. Prometo que não vou nunca mais usar minha fisga, nem sequer lhe troco os elásticos, nem vou roubar piões e berlindes aos outros meninos, e nem vou dar-lhes caneladas, mesmo que me chateiem muito ou tentem dar beijos na boca à força. E também prometo que vou emprestar sempre as minhas bonecas às outras meninas, mesmo aquela de estimação à qual rapei o cabelo e desenhei uma tattoo a dizer fuck you. Prometo isto tudo, mas prometo mesmo.

I woke up today in a very simple way

Afinal, mudei de ideias e escolhi esta música para o pequeno-almoço hoje.

Porque é animada e eu gosto.
Porque a miúda que aparece ali é mesmo, mesmo gira.
Porque gosto da pinta deles (do Zeb, pronto).
Porque o videoclip é suficientemente parvo.
Porque me apetece correr naquela praia.
Porque decidi que vou experimentar vê-los ao vivo no dia 29.

Baby, you make wanna walk like a camel

Bebi o chá das 5 ao som desta música. Amanhã vou experimentar ouvi-la logo ao pequeno-almoço, para ver se tem o mesmo efeito.

Terapia de choque

Preciso de ser (re)animada. Ur-gen-te-men-te.

Tilt

Eu sou franca,
e ele é franco,
eu tenho panca,
e ele é manco.

Eu desatino,
e ele desatina,
eu faço o pino,
e ele alucina.

Eu extravaso,
e ele extravasa,
eu digo baza,
e ele bate a asa.

Eu quero tudo,
e ele quer tudo,
eu dou-lhe veludo,
e ele fica mudo.

Eu sou atrevida,
e ele é atrevido,
eu digo ai querido,
e ele vira bandido.

Eu dou-lhe forte,
e ele dá-me forte,
eu chamo-lhe sorte,
e ele fica sem norte.

Eu tenho fé,
e ele tem fé,
eu mostro-lhe o pé,
e ele tira o boné.

Eu faço assim,
e ele faz assim,
eu saio de mim,
e ele grita plim.

Eu sou eu,
e ele é ele,
ele é meu,
e eu sou dele.

E sei lá eu o que me deu!

Já não se fazem canetas como antigamente

Reparei agora mesmo na cara concentrada da minha colega da frente. Só queria que vissem. Lembrei-me de pegar numa caneta, retirar a carga, mastigar umas bolinhas de papel, fazer pontaria, assim meio escondida por detrás do monitor, e tuf. Corridas todas as secretárias, com tanta caneta aqui, nem uma que dê para retirar a carga. Nem uma! Estas coisas das modernices aborrecem-me sobremaneira.